Etapa Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro vai ser palco do Festival do Teatro Brasileiro durante todo o mês de maio. Doze espetáculos de Brasília serão apresentados nos teatros Poeira e Poeirinha numa maratona de Teatro para Bebês, Circo, Dança e Teatro Adulto. O Festival proporciona uma mostra do que vem sendo feito nas Artes Cênicas do Distrito Federal. Público e artistas do Rio terão a oportunidade de conhecer e trocar com profissionais do Centro-Oeste. Serão realizadas oficinas, residência, ações educativas, encontros, intercâmbio entre universidades e rodada de negócios. Este projeto é realizado pela Alecrim BR Produções Artísticas com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.

A programação promove apresentações com intérpretes de Libras, audiodescrição e Libras Tátil. Vale a pena frisar que o FTB não apenas propicia estes instrumentos de inclusão. São aplicadas estratégias de mobilização do público específico através do contato com associações, escolas e grupos. A ideia é ampliar a participação de pessoas com deficiência nas plateias.

Os espetáculos, com curadoria de Cesar Augusto e Guilherme Filho, foram escolhidos entre 141 inscritos. Cesar Augusto é membro do conselho de internacionalização das artes cênicas do Dutch Performing Arts – Holanda. Em 2017, recebeu o prêmio pela multiplicidade de ações culturais pela APTR – Associação dos Produtores Teatrais do Rio de Janeiro.

A mostra contempla quatro espetáculos para bebês, típica e profícua produção candanga. “Kwat e Jaí – acalantos indígenas para bebés” que transporta para o palco as histórias dos povos do alto Xingu em uma poesia visual e sonora costuradas pelas canções de ninar kamayurá; “Bubuia”, inspirada na obra “A terceira margem do rio”, de Guimarães Rosa; “Voa”, que traz a história de duas crianças e uma pássara; e “Amana”, espetáculo de dança para e com bebês de zero a três anos.
Também na programação dos teatros Poeira e Poeirinha, os espetáculos de Circo adulto, “23 fragmentos desses últimos dias”, fruto do encontro artístico entre o coletivo Instrumento de Ver e a francesa Maroussia Diaz Verbèke e “{Entre} Cravos & Lírios”, livremente inspirado nas obras Meu primeiro amor, de Samuel Beckett, O Capote, de Nikolai V. Gogol e na frase “ser ou não ser, eis a questão?”, de Shakespeare.

Na Dança teremos “Sonâmbulo”. Em cena, Ramon Lima, coreógrafo e dançarino do espetáculo, deriva por uma jornada física, atravessando estados de sono e vigília. A obra foi realizada de maneira itinerante em 6 residências artísticas acolhidas em 6 centros culturais de 4 países diferentes. Já “Ekesa Sanko” traz o bailarino angolano Dilo Paulo como um heroi que esqueceu o seu passado e resgata a conexão com os seus ancestrais para ressignificar o presente.
Do Teatro Adulto são quatro experiências bem distintas e abrangentes. Temos o solo “Senhora P – Coquetel Molotov”, com Adriana Lodi falando de violências contra mulheres e as multiplicidades de abusos cometidos em territórios públicos e privados. O espetáculo de Sombras, “Memória Matriz” utiliza a fotografia analógica como expressão da memória, estabelecendo um vínculo entre teatro de sombras e artes visuais. E dois espetáculos da Cia Setor de Áreas Isoladas, “Encerramento do Amor”, versão brasiliense da obra “Clôture de l’Amour”, do francês Pascal Rambert e “A Moscou! Um Palimpsesto”, baseado no clássico As Três Irmãs, do dramaturgo russo Anton Tchekhov.

O Festival do Teatro Brasileiro já aportou no Rio de Janeiro em outras duas oportunidades. Em 2007, quando trouxe a cena mineira e numa edição especial durante as Olimpíadas, em 2016. O intercâmbio cultural entre as unidades da federação propõe dar visibilidade às obras, criadores, artistas e técnicos das Artes Cênicas, mas também contribui na qualificação de plateia ao oferecer ações educativas para estudantes da rede pública. Durante a XXII edição do Festival, 600 alunos da rede pública de ensino, participarão da ação educativa indo ao teatro para assistir e discutir uma obra.
Na estrada a mais de duas décadas, o Festival do Teatro Brasileiro, vem contribuindo para o desenvolvimento da cena teatral brasileira. Ações variadas que atingem um universo complexo de atores sociais culturais geram reflexão e desdobramentos relacionados à importância desta integração e o desenvolvimento da produção de Artes Cênicas no Brasil.

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